Por Ángel Rico *
.
Uma das questões vitais que devem merecer toda a atenção dos governos sérios, depois da Saúde, da Justiça e da Educação, é o Meio Ambiente. Assim acontece na maioria dos países sérios, com excepção de Portugal, que tem o triste recorde de ter permitido que se queime no seu território, 70% de toda a área queimada pelo fogo durante o presente ano, na Comunidade Europeia, ou seja mais de 100 mil hectares.
.
Perante tal situação, dever-se-ia ter declarado estado de "Emergência Nacional" e ter colocado à frente da luta contra os numerosos incêndios, por exemplo, os responsáveis do Ministério da Defesa Nacional. (Porque esta era uma questão de defesa nacional). Ter deixado essa tão grande responsabilidade nas mãos do Secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, foi um erro enorme e tremendamente caro que terá de ser pago pelas gerações futuras.
.
Os mais velhos sempre nos ensinaram que “os incêndios do Verão se apagam durante o Inverno anterior” com a limpeza e acondicionamento da floresta. Estas tarefas, além de criarem novos postos de trabalho especializado, também permitem aos cidadãos assegurarem o seu território.
.
As declarações do Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, António Serrano, mostram um distanciamento vergonhoso entre o Portugal Oficial e o Portugal Real, ao dizer: “quando a época de incêndios terminar, o governo tomará medidas de apoio aos afectados”. Esta atitude revela uma burocracia sem emoções. Fala-se dos cem mil hectares queimados, da mesma maneira que se poderia falar sobre o jogo de futebol do próximo fim-de-semana.
.
Por isso, todos os responsáveis por este desastre, se não tiverem a dignidade de apresentar a sua demissão, deverão ser cessados ipso facto, por Sócrates "o pertinente". A não ser assim, Sócrates será o único responsável deste desastre.
.
Não há qualquer justificação para o que aconteceu este ano em Portugal, não há desculpa que valha. Imaginam o responsável pela saúde em Portugal, se tivessem morrido cem mil pessoas em hospitais e que este não demitisse? Pois o mesmo há que sentir em relação à queima de cem mil hectares de Portugal.
.
Aquele antigo slogan de "quando a floresta se queima, algo seu se queima" é aplicável neste caso “quando Portugal se queima, algo de todos se queima”. Daí a indignação que como cidadãos devemos mostrar pela fria, absurda e inaceitável incompetência de quem, em Portugal, tinha a maior responsabilidade de cuidar o meio ambiente e não o fez.
.
A queima de uma parte importante do único Parque Nacional que tem Portugal, o Parque Nacional da Peneda-Gerês, onde as várias corporações de Bombeiros Voluntários trabalharam incansavelmente com recursos do terceiro mundo e um sentimento de distanciamento por parte das autoridades competentes nacionais, é uma atitude política que tem de ser publicamente denunciada. Isto não pode voltar a acontecer nunca mais!
.
Um país que coloca todos os seus recursos para que 23 rapazes em calções, tenham todos os meios e apoios, para conseguirem, no sul do mundo, a copa mundial de futebol, deve colocar por sua vez, os meios necessários para que os Bombeiros Voluntários possam cumprir com o seu trabalho e tranquilizar os cidadãos. Caso contrário, o Corpo Nacional de Bombeiros será simplesmente uma fraude, e a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) não terá razão de ser.
.
Houve alguém que me perguntou, que faria eu se tivesse a responsabilidade conjuntural sobre o problema de Portugal? Partindo da base, que as minhas opiniões não são muito imitáveis, permiti-me o atrevimento de responder à pergunta: “tinha militarizado todos os Bombeiros Voluntários de Portugal e todos os jogadores de futebol da primeira e segunda divisão, e tinha enviado a todos, sob comando da autoridade militar, a defender Portugal, ou seja, a apagar os incêndios”.
.
Sim, já sei o que está a pensar, mas para grandes males, grandes remédios. Esta proposta evidentemente inaplicável e só utilizada como hipótese de trabalho, teria demonstrado aos cidadãos portugueses que, ao governo de Sócrates, lhe preocupava a integridade do território, do seu potencial meio ambiental e agro-pecuário e portanto o futuro das próximas gerações.
.
Mas a realidade é diferente, mostrando que existe um país onde ardem 100 mil hectares de floresta (cem mil campos de futebol) e não acontece nada. O que nos enche de raiva, que ao contrário de muitos, nos dói ver a cor cinzenta predominar em tão vasta área do nosso território.
.
*Es Presidente del Instituto Hispano Luso
.
Uma das questões vitais que devem merecer toda a atenção dos governos sérios, depois da Saúde, da Justiça e da Educação, é o Meio Ambiente. Assim acontece na maioria dos países sérios, com excepção de Portugal, que tem o triste recorde de ter permitido que se queime no seu território, 70% de toda a área queimada pelo fogo durante o presente ano, na Comunidade Europeia, ou seja mais de 100 mil hectares.
.
Perante tal situação, dever-se-ia ter declarado estado de "Emergência Nacional" e ter colocado à frente da luta contra os numerosos incêndios, por exemplo, os responsáveis do Ministério da Defesa Nacional. (Porque esta era uma questão de defesa nacional). Ter deixado essa tão grande responsabilidade nas mãos do Secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, foi um erro enorme e tremendamente caro que terá de ser pago pelas gerações futuras.
.
Os mais velhos sempre nos ensinaram que “os incêndios do Verão se apagam durante o Inverno anterior” com a limpeza e acondicionamento da floresta. Estas tarefas, além de criarem novos postos de trabalho especializado, também permitem aos cidadãos assegurarem o seu território.
.
As declarações do Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, António Serrano, mostram um distanciamento vergonhoso entre o Portugal Oficial e o Portugal Real, ao dizer: “quando a época de incêndios terminar, o governo tomará medidas de apoio aos afectados”. Esta atitude revela uma burocracia sem emoções. Fala-se dos cem mil hectares queimados, da mesma maneira que se poderia falar sobre o jogo de futebol do próximo fim-de-semana.
.
Por isso, todos os responsáveis por este desastre, se não tiverem a dignidade de apresentar a sua demissão, deverão ser cessados ipso facto, por Sócrates "o pertinente". A não ser assim, Sócrates será o único responsável deste desastre.
.
Não há qualquer justificação para o que aconteceu este ano em Portugal, não há desculpa que valha. Imaginam o responsável pela saúde em Portugal, se tivessem morrido cem mil pessoas em hospitais e que este não demitisse? Pois o mesmo há que sentir em relação à queima de cem mil hectares de Portugal.
.
Aquele antigo slogan de "quando a floresta se queima, algo seu se queima" é aplicável neste caso “quando Portugal se queima, algo de todos se queima”. Daí a indignação que como cidadãos devemos mostrar pela fria, absurda e inaceitável incompetência de quem, em Portugal, tinha a maior responsabilidade de cuidar o meio ambiente e não o fez.
.
A queima de uma parte importante do único Parque Nacional que tem Portugal, o Parque Nacional da Peneda-Gerês, onde as várias corporações de Bombeiros Voluntários trabalharam incansavelmente com recursos do terceiro mundo e um sentimento de distanciamento por parte das autoridades competentes nacionais, é uma atitude política que tem de ser publicamente denunciada. Isto não pode voltar a acontecer nunca mais!
.
Um país que coloca todos os seus recursos para que 23 rapazes em calções, tenham todos os meios e apoios, para conseguirem, no sul do mundo, a copa mundial de futebol, deve colocar por sua vez, os meios necessários para que os Bombeiros Voluntários possam cumprir com o seu trabalho e tranquilizar os cidadãos. Caso contrário, o Corpo Nacional de Bombeiros será simplesmente uma fraude, e a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) não terá razão de ser.
.
Houve alguém que me perguntou, que faria eu se tivesse a responsabilidade conjuntural sobre o problema de Portugal? Partindo da base, que as minhas opiniões não são muito imitáveis, permiti-me o atrevimento de responder à pergunta: “tinha militarizado todos os Bombeiros Voluntários de Portugal e todos os jogadores de futebol da primeira e segunda divisão, e tinha enviado a todos, sob comando da autoridade militar, a defender Portugal, ou seja, a apagar os incêndios”.
.
Sim, já sei o que está a pensar, mas para grandes males, grandes remédios. Esta proposta evidentemente inaplicável e só utilizada como hipótese de trabalho, teria demonstrado aos cidadãos portugueses que, ao governo de Sócrates, lhe preocupava a integridade do território, do seu potencial meio ambiental e agro-pecuário e portanto o futuro das próximas gerações.
.
Mas a realidade é diferente, mostrando que existe um país onde ardem 100 mil hectares de floresta (cem mil campos de futebol) e não acontece nada. O que nos enche de raiva, que ao contrário de muitos, nos dói ver a cor cinzenta predominar em tão vasta área do nosso território.
.
*Es Presidente del Instituto Hispano Luso
No hay comentarios:
Publicar un comentario