jueves, 15 de octubre de 2015

Portugal necessita mais sentido comum e menos rancor acumulado

*Por Ángel Rico

Após as eleições legislativas em Portugal, e como num jogo de xadrez, os movimentos dos diferentes partidos políticos estão a decorrer como, aliás, era previsível; “os vencedores minoritários” aferraram-se a que – Portugal à Frente – foi quem recebeu mais votos, esquecendo em primeiro lugar, que a alternativa democrática com mais apoio no passado dia 4 de Outubro, foi a “abstenção” e em segundo lugar, que a coligação perdeu 738.754  votos, em comparação ao apoio tido separadamente pelos dois partidos em 2011. E os outros partidos que individualmente, tiveram menos votos que a coligação, descobriram que unidos (PS + BE + PCP) podem tocar o poder. Apesar de não haver pontos em comum nos seus programas, nem nas suas propostas eleitorais, à exceção de querer governar, podemos pensar que em caso de que a “salada vermelha” chegue a governar, será um governo semelhante ao governo grego e, portanto, instável e prejudicial para os cidadãos.
.
Nas conversações entre os diferentes partidos, tem havido muita dramatização, neste ponto Catarina Martins ganha com superioridade, por isso é o que é ser atriz, interpretando aquilo que o guião exige em cada momento. Os partidos governamentais, PPD/PSD-CDS/PP + PS, reuniram-se em duas ocasiões, esperando que um se adaptasse ao programa do outro e, claro está, acontece aquilo que é previsível – não se consegue um entendimento, o que teria sido bom para os interesses de Portugal e dos portugueses.
.
A coligação, e digo isto com todo o respeito, não suavizou a soberbia em excesso que lhe fez perder a maioria absoluta, (o que se teria conseguido com 174.531 votos a mais) necessários para governar, quando todos os restantes partidos representados na Assembleia da República estão situados à esquerda (PS), à esquerda da esquerda (PCP), e à esquerda, da esquerda, da esquerda (BE). E, que a Ministra da Agricultura e do Mar, em exercício, Assunção Cristas, participasse como interlocutora na reunião de 13 de outubro com o PS é manifestamente aquilo que podemos considerar como “o recurso dos perdedores”, que se empenham em não admitir que precisamente, a medíocre gestão de Cristas, supôs a perda de milhares de apoios à coligação sendo um passaporte para passar do XIX Governo com maioria absoluta (XII Legislatura) à oposição da (XIII Legislatura). A primeira coisa a fazer para emendar o atual rumo, é admitir que estamos a seguir um rumo errado. Neste sentido, Passos Coelho e Paulo Portas não assumiram um “mea culpa” da atual situação minoritária.
.


Portugal necessita de um acordo político baseado na realidade alemã, com a participação do PPD/PSD-CDS/PP mais PS, elaborando um programa de governo em que todos estivessem de acordo; um programa composto por 193 seções, onde cada partido tratasse temas proporcionalmente ao número de deputados, apoiando o “Governo de Defesa Nacional” e não fossem contraproducentes com outras propostas.
.
Um governo do PPD/PSD-CDS/PP em minoria seria negativo para Portugal, porque este hipotético governo não teria a capacidade de fazer aprovar nenhuma lei, o que representaria uma República Portuguesa ingovernável. Mas também será ingovernável uma coligação radical de governo, como o “Siryza” que levaria os cidadãos à bancarrota, e ao aumento dos juros da dívida (que é agora de 198,23  pontos, face aos 740,58  pontos da Grécia).
.
Os cidadãos estão expectantes para ver se os representantes recém-eleitos consideram mais importante o interesse em Portugal, do que as próprias  aspirações partidárias. Mas também há que refletir que os 4.273.748  de portugueses que puderam votar, e que decidiram abster-se, representando uma taxa de abstenção de 44,14%, dados obtidos em países do terceiro mundo. Que Portugal chegue a ser ingovernável será uma questão dos deputados eleitos, mas também daqueles que não votaram, ignorando o futuro de Portugal nas áreas da Saúde, Educação, Bem-estar Social, Impostos, etc. E acima de tudo, estes cidadãos abstencionistas quando se olharem ao espelho devem estar cientes de que nesta legislatura, o seu direito a protestar,  por coerência, fiou reduzido à mínima expressão.
.
Aristóteles disse: “Não é preciso um governo perfeito; é preciso um que seja prático”. E é essa a imperativa necessidade de Portugal; é necessário um governo que seja prático. Porque, Thomas Jefferson, também nos ensinou que: “A história explica-nos bem uma única coisa: em que consistem os maus governos”. E um alegado governo PS + BE + PCP, será sem dúvida, um mau governo, que prejudicará aqueles que votaram e os que se abstiveram em Portugal. Creia-me! Em política não há milagres, e nos partidos políticos sempre se age de acordo com as ideologias. E os partidos (BE, PCP) que estão cientes de que não terão o apoio dos cidadãos e, portanto, sabem que não virão a governar, têm o papel mais mesquinho e hipócrita da vida política, o que os leva a promessas impossíveis de cumprir em campanhas eleitorais. O resultado de tanta demagogia chama-se Grécia. Onde aqueles que prometeram não aguentar com 50, no final fizeram campanha para aguentar com 100. Porque “o que não pode ser não pode ser, e, além disso, é impossível”.
.
 Muitos seguidores da coligação lançaram campanhas e movimentos contra a Lei da Gravidade, porque algo semelhante é o que estão a tentar fazer em relação à “mentalização” do PS em geral, e do Dr. António Costa, em particular, do nefasto que pode ser um governo antinatural. Desconhecendo que quanto mais se queixam os simpatizantes e apoiantes do PPD/PSD-CDS/PP, mais interesse provocam nos socialistas para derrubar a Passos Coelho do governo. Aqui não entra em jogo o senso comum, senão todo o rancor político armazenado de uns contra os outros. O futuro de Portugal aconselha: “deixar de chorar sobre o leite derramado”, e começar a trabalhar, sem tentar ignorar a Lei da Gravidade, sabendo que “não podemos evitar as paixões, mas sim vencê-las”, e para isso é preciso conhecer o próximo passo de António Costa, e ter preparado o seguinte movimento.
.
Assim sendo, é previsível que: Após a próxima eleição do Presidente@ da República de Portugal, se dissolva por (ingovernável) a Assembleia e se convoquem novas eleições legislativas para o verão de 2016. Em Portugal, todos têm que ter presente aquela máxima de Nicolas Avellaneda: “Nada está acima da Nação senão a própria Nação”
.
…Tenho dito!
.

*Es presidente del Instituto Hispano Luso

3 comentarios:

  1. No parece vivir en Portugal...Assunção Cristas es una exitosa Ministra de Agricultura y que negocionó muy bien en Europa...
    Me da la impresion que ud está favoriciendo la izquierda...tiene que ser imparcial para que todo los que no conocen la situacion en Portugal,se enteren...

    ResponderEliminar
  2. Se tiver de haver eleições antecipadas que assim seja. O que não pode nem deve acontecer é distorcerem os resultados eleitorais como que a deitarem areia para os olhos dos portugueses. A manter-se este impasse " do faz de conta que estamos a negociar ", nunca mais saímos disso. Eles pensam que o povo é parvo? Sabemos perfeitamente que não há partidos perfeitos nem líderes que agradem a todos. Apenas quero dizer que esta negociação do " FAZ DE CONTA " também não me parece séria.


    ResponderEliminar