*Por Ángel Rico
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René
Descartes disse: --Há duas coisas que nos
permitem avançar: ir mais depressa que
os outros ou ir por um bom caminho--. Nesta encruzilhada se encontra hoje Portugal, quando uma parte importante
da sua soberania económica e política, se encontra embargada por uma Troika sem alma, e sem princípios
estratégicos. Sendo conscientes de que as principais potencialidades de Portugal são: --“Turismo”, “Agricultura”
e “Energia”--.
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O turismo, pode ser convertido, a médio prazo, na principal indústria
geradora de emprego e de captação de divisas; o conjunto de –praias, História, natureza, gastronomia e cordialidade—
conferem a Portugal uma potencial captação de simpatia e de descanso de uma
grande parte dos europeus cultos.
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O potencial agropecuário
também é importante, quando se dispõe de uma terra com um clima excelente que
permite cultivar os produtos que exigem os consumidores do centro e norte da Europa, com uma qualidade excelente. O
problema surge com os enormes custos para transportar esses produtos desde o sudoeste
ao centro e noroeste da Europa mediante camiões movidos por um gasóleoo caro e poluente, que os
profissionais do transporte rodoviário de mercadorias,
têm que pagar 8% mais caro do que em Espanha.
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A maior distância
de potenciais mercados, e o aumento do
custo da energia para o transporte,
alimentação e bens descarregados
nos modernos portos portugueses, como Sines, levam a repensar a atual realidade do transporte rodoviário de mercadorias
luso. É impossível competir, estando
mais afastado dos mercados e com uma energia mais cara.
Também não é aceitável condenar o
potencial agrícola português e os
milhares de profissionais do transporte
rodoviário de mercadorias, ao encerramento das suas importantes
atividades.
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O futuro de Portugal é otimista. À diferença de Espanha, o seu Primeiro Ministro, Pedro Passos Coelho, é consciente de que, tal como
escreveu, Khalil Gibran: --Não progrides melhorando o que já está feito,
mas sim esforçando-te por conseguir aquilo que falta ainda fazer-- E o que é que falta ainda fazer em matéria energética em Portugal? Resposta:
--Colocar à disposição do transporte nacional, energia barata e renovável--.
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Essa energia
existe? –Sim. Utilizando a “Lei 62/2012, que cria a bolsa nacional de
terras para a utilização agrícola, florestal ou pastoril, designada por – Bolsa
de terras” para que os milhares de hectares de sequeiro e pousio existentes
num conjunto formado pelos distritos de: --Beja,
Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Viseu e Santarém—possam dedicar-se,
mediante uma adequada rotação de cultivos, à produção agro energética (brassica napus) para obter, por uma parte, biodiesel, e por outra,
proteína para alimentar o setor pecuário, e finalmente, captar CO2, que diminua o excesso existente, o
que significará a penalização de Portugal,
de 7,1 euros por tonelada de CO2
excedida.
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Cerca de 4%, da extensão de Portugal, permitirá: -- 3.000 postos de
trabalho diretos; em que institutos como o Politécnico de Portalegre, (onde tive a oportunidade de conhecer a Pedro Passos Coelho, e debater num
interessante almoço de trabalho, as potencialidades de Espanha e Portugal) terão um interessante futuro em I+D+i; colocar à disposição do transporte
português meio milhão de toneladas ano de biodiesel
a um preço final, incluídos impostos, inferior a um euro por litro; e que a pecuária
disponha de 750 mil toneladas ano de proteína barata, que permita tornar mais competitivos
os produtos pecuários portugueses; y aumentar notavelmente a atividade
económica e o PIB--.
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Existem
estruturas necessárias para tornar este projeto possível? -- Ralph Waldo
Emerson, disse: --“As nações mais progressistas
são aquelas que mais longe navegam e as que têm mais marinheiros”— A História do mundo recorda-nos os feitos
heróicos dos marinheiros portugueses, de forma altruísta ou na companhia de
outros. E a totalidade dos interesses portugueses e das entidades espanholas
implicadas em projetos similares, torna este projeto possível. Porque existem
pessoas e coletivos, em Espanha e Portugal, dispostos a responsabilizar-se
por todos os processos necessários, para que este inovador Projeto seja possível.
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Quem
se poderá opor a um Projeto com estas características? –Depois da leitura
da entrevista de Nuno Moreira,
Country Manager da Galp Energia em Espanha, na publicação “Energia do Economista”, podemos intuir
que, a petroleira portuguesa que beneficia de 14% da quota de mercado ibérico
de combustíveis, ao dispor de duas das dez refinarias existentes na Península Ibérica, poder-se-à opor a
este Projeto, uma vez que deixará de comercializar 500 mil toneladas ano, o que
significam muitas toneladas.
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Por outro lado, também estarão
contra, aquelas marcas de camiões que, ao contrário do que fizeram a Mercedes-Benz, Iveco e Scania,
certificando que os seus camiões podem circular, em igualdade de circunstâncias,
com biodiesel “B100- EN14214” e/ou
gasóleo tradicional. Porque, se as restantes marcas de camiões não se adaptam à
realidade tecnológica possível, os profissionais do transporte de mercadorias
rodoviárias que queiram manter a sua atividade, irão acabar por adquirir camiões
que permitam uma atividade profissional, a um custo inferior e com uma menor
contaminação.
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Em Portugal o interesse geral, prevalecerá sobre os interesses dos clãs,
porque “para progredir não basta atuar, há que saber em que sentido atuar” e
hoje é necessário atuar a favor dos profissionais do transporte e do potencial agropecuário.
À diferença dos vizinhos, os políticos portugueses planificam a conquista do
futuro, e não se mantêm na Idade Média.
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…He
dicho!
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*Es
Presidente del Instituto Hispano Luso