lunes, 19 de octubre de 2015

Portugal, PS, encarregue de governar, hipótese política (II)

* Por Angel Rico
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Se o Presidente de Portugal encarregasse, ao abrigo dos poderes concedidos pela Constituição: artigo 133, f) Nomear o Primeiro-Ministro, nos termos do n.º 1 do artigo 187.º; (Formação) O Primeiro-Ministro é nomeado pelo Presidente da República, ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais” o representante do Partido Socialista, António Costa a formar governo, que contaria com o apoio dos outros partidos situados à sua esquerda, PCP e BE, deveria ter em mente os seguintes fatos:
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Que António Costa, não tem liderança e, portanto, não conta com o apoio necessário dentro do PS, pelo que um governo em teoria, estaria à mercê da chantagem interna e externa (do PCP e BE) o que prejudicaria os interesses de Portugal.
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Segundo o catedrático da Universidade do Porto, Luís Filipe Colaço Antunes, “O partido que maior risco corre de perder a sua importância política atual é o PS na medida em que, defendendo teoricamente, uma ruptura com o atual status quo, a sua prática política não se destina a esse sentido”.
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Costa, como muitos dos mortais, deixar-se-ia vencer pela vaidade e aceitaria uma responsabilidade (com a que sonhou toda a vida), para a qual como estadista não está preparado, e perdendo esta oportunidade, dificilmente encontrará outra. Esse governo incerto só seria possível através da criação de uma “coligação de esquerda radical”, semelhante ao Siryza na Grécia, e já se sabe: defender políticas como na Grécia, leva a situações como na Grécia. Aos dois partidos que seriam os necessários companheiros de viajem, aconteceria o que a Costa, se não aproveitar esta oportunidade para tocar o poder, não terá outra oportunidade jamais.
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Também há que ter presente que como o PCP e BE, não pensavam chegar a governar, fizeram propostas eleitorais que ao serem realizadas, seria um enorme prejuízo para Portugal, em geral, e para os portugueses, em particular.  O que a médio prazo significaria a desintegração do PS por ter como gestor um líder pouco carismático; de um partido de classes, representando a todos os tipos de assalariados, além da pequena e média burguesia portuguesa. Semelhante desvio em direção ao abismo, surpreenderia os seus colegas da Internacional Socialista, porque afinal, o PS, é um partido que surgiu no “laboratório internacional”. Devemos recordar que depois de vários “renascimentos socialistas” surge em 1964, através de Mário Soares e outros a Ação Socialista Popular. No dia 1 de maio de 1973 o Congresso da ASP reunido na República Federal Alemã, decidiu transformar a ASP no atual Partido Socialista (PS). Esta histórica falta de bases (associados) converte-o num partido de “integração”, onde os eleitores se somam ou se distanciam, dependendo das circunstâncias. E as circunstâncias atuais não são muito propensas a apoios, mas sim a críticas por parte da classe média portuguesa, que não é a favor da luta de classes.
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A falta de liderança, do hipotético, Primeiro-Ministro, António Costa, manipulado como uma marionete, pelo PCP + BE, levaria Portugal a cenários semelhantes aos que conhecemos na Grécia, quer em relação ao aumento do desemprego, quer à subida de preços da vida quotidiana; porque o não cumprimento dos vinculantes compromissos internacionais que tem Portugal levaria a uma falta de liquidez. Governar com o BE, seria um suicídio político, frase que o próprio Costa disse em relação ao BE nas legislativas de 2011. Portanto, deve parar a sua corrida em direção à frente.
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Além disso, as exigências do BE, partido trotskista na ideologia e no funcionamento, acabariam por sufocar o PS, porque com a estratégia de pedir mais e mais, (mesmo sabendo que são reivindicações impossíveis) o BE acabaria por ganhar mais apoios nas próximas eleições, em detrimento de Costa do PS. Com conversações marcadas pela afirmação da arrogante Catarina Martins o BE, nunca abdicará do seu programa, de difícil justificação, porque nas suas palavras está implícito que “aceitas o meu programa, ou não há acordo”. Esquecendo que “todos gostam de sombra, mas poucos plantam árvores”. Num pacto com o BE, ocorrerá o mesmo que na conhecida fabula do escorpião (BE) e da rã (PS), que como se sabe, o escorpião pede à rã para que o ajude a atravessar o rio, prometendo-lhe que não lhe faria mal. A rã aceitou o pedido do escorpião levando-o às costas, mas quando estão a meio caminho, o escorpião pica a rã. Esta incrédula pergunta ao escorpião: “Como pudeste fazer-me isso? Agora morreremos os dois” ao que o escorpião responde pedindo desculpa: “Não tive escolha, é a minha natureza” - Não nos podemos esquecer qual é a natureza do BE.
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Em relação ao PCP devemos assumir que este é “um típico partido de massas” com uma mentalidade do início do século XX, representando setores sociais bem definidos, onde os seus líderes são políticos profissionais, embora cientes de que “nunca chegarão a governar”, pelo tão gastado discurso das suas propostas baseadas na “luta de classes” de acordo com o “marxismo-leninismo” que recorda com saudosismo a Revolução para construir uma sociedade socialista. Objetivamente, o PCP é o partido que maior despesa acarreta para Portugal, porque desde a Revolução de 1974, nenhuma das propostas do PCP se converteram em lei, sendo apenas um entrave ao crescimento económico. Assim, de acordo com o anterior, a situação atual é uma oportunidade para o quase setuagenário e quimérico reformista, Jerónimo de Sousa, ver transformar-se em realidade o sonho da sua vida, influir no Palácio de São Bento como era evidente em:
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“Nós acompanhamos e empenhamo-nos no vasto movimento antiglobalização capitalista, na luta contra o neoliberalismo e a guerra, respeitando e estimulando a sua diversidade. Mas julgamos que a existência e participação de Partidos Comunistas, de Partidos de classe, nesse vasto movimento não é só um bem para estes partidos mas um bem para a esquerda e para as forças progressistas que o integram, na medida em que consideramos que a questão da luta de classes continua a ser a grande questão da nossa época contemporânea. (Jerónimo de Sousa, XVII Congresso do PCP)”
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Chegados a este ponto, pode-se dizer que aquilo que somente une os porta-vozes do “clube de partidos perdedores” é a “Síndrome de Stendhal”, porque extasiados com a perspectiva de chegar a tocar o poder, os seus corações ficam acelerados, têm suores frios e sentem uma sensação de angústia acompanhada de vertigens; a outrora “Síndrome do viajante” tornou-se “Síndrome do quase governante português”. Os sintomas são os mesmos, incluso agravados por alguns achaques psíquicos, como alucinações, euforia ou sentimentos depressivos, distúrbios de percepção, ataques de ansiedade e palavreado ilógico.
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Os políticos de prestígio dentro do PS (que os há) devem estar cientes do que disseram Gustave Le Bon: “Governar é acordar; acordar não é ceder” e Douglas Adams: “É um fato bem conhecido que as pessoas que mais querem governar são aquelas que menos capacidade têm para fazê-lo”. Por isso, as palavras do professor e candidato às Presidenciais 2016, Marcelo Rebelo de Sousa: “os portugueses não se podem unir só quando apoiamos a seleção” têm uma enorme sabedoria.
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Para os interesses de Portugal, o mais conveniente seria “um pacto de governo entre a coligação, PPD/PSD.CDS-PP, e o PS” em que se contemplaria a criação de emprego, promovendo o crescimento e a inovação. Se assim fosse “que os portugueses e a Nação lhes recompensem, e se não, que a Nação e os portugueses lhes exijam”.
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…Tenho dito!

Continuará, hipótese política (e III) Governo em funções até abril de 2016
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* É Presidente do Instituto Hispano Luso

2 comentarios:

  1. Portugal, hipótesis política (II) PS, encargado de gobernar

    http://angelricoes.blogia.com/2015/102502-portugal-hipotesis-politica-ii-ps-encargado-de-gobernar.php

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  2. António Costa classifica Bloco de Esquerda como um partido «parasita e oportunista»

    http://www.tsf.pt/portugal/politica/interior/antonio-costa-classifica-bloco-de-esquerda-como-um-partido-parasita-e-oportunista-1156761.html#.ViqOxuNjtiM.facebook

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