domingo, 30 de junio de 2013

A necesidad de energia barata para o transporte em Portugal

*Por Ángel Rico
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René Descartes disse: --Há duas coisas que nos permitem avançar: ir mais depressa que os outros ou ir por um bom caminho--. Nesta encruzilhada se encontra hoje Portugal, quando uma parte importante da sua soberania económica e política, se encontra embargada por uma Troika sem alma, e sem princípios estratégicos. Sendo conscientes de que as principais potencialidades de Portugal são: --“Turismo”, “Agricultura” e “Energia”--.
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O turismo, pode ser convertido, a médio prazo, na principal indústria geradora de emprego e de captação de divisas; o conjunto de –praias, História, natureza, gastronomia e cordialidade— conferem a Portugal uma potencial captação de simpatia e de descanso de uma grande parte dos  europeus cultos.
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O potencial agropecuário também é importante, quando se dispõe de uma terra com um clima excelente que permite cultivar os produtos que exigem os consumidores do centro e norte da Europa, com uma qualidade excelente. O problema surge com os enormes custos para transportar esses produtos desde o sudoeste ao centro e noroeste da Europa mediante camiões movidos por um gasóleoo caro e poluente, que os profissionais do transporte rodoviário de mercadorias, têm que pagar 8% mais caro do que em Espanha.
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A maior distância de potenciais mercados, e o aumento do custo da energia para o transporte, alimentação e bens descarregados nos modernos portos portugueses, como Sines, levam a repensar a atual realidade do transporte  rodoviário de mercadorias luso. É impossível competir, estando mais afastado dos mercados e com uma energia mais cara. Também não é aceitável condenar o potencial agrícola português e os milhares de profissionais do transporte rodoviário de mercadorias, ao encerramento das suas importantes atividades.
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O futuro de Portugal é otimista. À diferença de Espanha, o seu Primeiro Ministro, Pedro Passos Coelho, é consciente de que, tal como escreveu, Khalil Gibran: --Não progrides melhorando o que já está feito, mas sim esforçando-te por conseguir aquilo que falta ainda fazer--  E o que é que falta ainda fazer em matéria energética em Portugal? Resposta: --Colocar à disposição do transporte nacional, energia barata e renovável--.
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Essa energia existe? –Sim. Utilizando a “Lei 62/2012, que cria a bolsa nacional de terras para a utilização agrícola, florestal ou pastoril, designada por – Bolsa de terras” para que os milhares de hectares de sequeiro e pousio existentes num conjunto formado pelos distritos de: --Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Viseu e Santarém—possam dedicar-se, mediante uma adequada rotação de cultivos, à  produção agro energética (brassica napus) para obter, por uma parte, biodiesel, e por outra, proteína para alimentar o setor pecuário, e finalmente, captar CO2, que diminua o excesso existente, o que significará a penalização de Portugal, de 7,1 euros por tonelada de CO2 excedida.
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Cerca de 4%, da extensão de Portugal, permitirá: -- 3.000 postos de trabalho diretos; em que institutos como o Politécnico de Portalegre, (onde tive a oportunidade de conhecer a Pedro Passos Coelho, e debater num interessante almoço de trabalho, as potencialidades de Espanha e Portugal) terão um interessante futuro em I+D+i; colocar à disposição do transporte português meio milhão de toneladas ano de biodiesel a um preço final, incluídos impostos, inferior a um euro por litro; e que a pecuária disponha de 750 mil toneladas ano de proteína barata, que permita tornar mais competitivos os produtos pecuários portugueses; y aumentar notavelmente a atividade económica e o PIB--.
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Existem estruturas necessárias para tornar este projeto possível? -- Ralph Waldo Emerson, disse: --“As nações mais progressistas são aquelas que mais longe navegam e as que têm mais marinheiros”— A História do mundo recorda-nos os feitos heróicos dos marinheiros portugueses, de forma altruísta ou na companhia de outros. E a totalidade dos interesses portugueses e das entidades espanholas implicadas em projetos similares, torna este projeto possível. Porque existem pessoas e coletivos, em Espanha e Portugal, dispostos a responsabilizar-se por todos os processos necessários, para que este inovador Projeto seja possível.
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Quem se poderá opor a um Projeto com estas características? –Depois da leitura da entrevista de Nuno Moreira, Country Manager da Galp Energia em Espanha, na publicação “Energia do Economista”, podemos intuir que, a petroleira portuguesa que beneficia de 14% da quota de mercado ibérico de combustíveis, ao dispor de duas das dez refinarias existentes na Península Ibérica, poder-se-à opor a este Projeto, uma vez que deixará de comercializar 500 mil toneladas ano, o que significam muitas toneladas.
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Por outro lado, também estarão contra, aquelas marcas de camiões que, ao contrário do que fizeram a Mercedes-Benz, Iveco e Scania, certificando que os seus camiões podem circular, em igualdade de circunstâncias, com biodiesel “B100- EN14214” e/ou gasóleo tradicional. Porque, se as restantes marcas de camiões não se adaptam à realidade tecnológica possível, os profissionais do transporte de mercadorias rodoviárias que queiram manter a sua atividade, irão acabar por adquirir camiões que permitam uma atividade profissional, a um custo inferior e com uma menor contaminação.
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Em Portugal o interesse geral, prevalecerá sobre os interesses dos clãs, porque “para progredir não basta atuar, há que saber em que sentido atuar” e hoje é necessário atuar a favor dos profissionais do transporte e do potencial agropecuário. À diferença dos vizinhos, os políticos portugueses planificam a conquista do futuro, e não se mantêm na Idade Média.
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…He dicho!
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*Es Presidente del Instituto Hispano Luso

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